O Brasil, o Dólar e o BRICS: Uma Nova Rota no Comércio Internacional?

O Brasil, o Dólar e o BRICS

O Brasil, o Dólar e o BRICS: Uma Nova Rota no Comércio Internacional?

Publicado em 21 de julho de 2025
Por Jorge Nunes

📌 Introdução

Nos últimos dias, um intenso debate tomou conta dos grupos de conversa e redes sociais: o Brasil deveria continuar usando o dólar como principal moeda nas transações internacionais? Ou está na hora de caminhar com os países do BRICS para fortalecer moedas locais e reduzir a dependência da moeda americana?

Neste post, vamos esclarecer os pontos centrais desse debate, com fontes, fatos históricos e análises de especialistas, explicando o que está em jogo nessa possível mudança de paradigma econômico.

💵 Por que o dólar domina o comércio internacional?

O domínio do dólar vem desde o Acordo de Bretton Woods (1944), que estabeleceu o dólar como principal moeda de referência internacional, atrelado ao ouro. Esse sistema acabou oficialmente em 1971, quando os EUA romperam a paridade com o ouro, mas o dólar permaneceu dominante devido à força econômica e militar dos Estados Unidos.

Atualmente, cerca de 58% das reservas cambiais globais ainda são denominadas em dólar, e ele é usado em aproximadamente 88% de todas as transações cambiais, segundo dados do FMI e do Banco de Compensações Internacionais.

🌐 O que o BRICS quer?

  • Criação de uma moeda própria para o bloco (ainda em estudo e sem definição).
  • Uso das moedas nacionais nas trocas bilaterais (real para yuan, por exemplo).
  • Criação de uma plataforma de pagamentos compartilhada, alternativa ao SWIFT.

Essas ideias visam reduzir custos cambiais, aumentar a autonomia econômica e evitar sanções unilaterais dos Estados Unidos.

🤔 O Brasil está atacando o dólar?

Não exatamente. O Brasil não tem obrigação de usar o dólar para negociar com países como China e Rússia. Essa mudança não é uma retaliação, mas uma decisão estratégica.

O governo brasileiro já firmou acordos com a China para permitir pagamentos em yuan e real, como alternativa ao dólar.

🧾 Quais os benefícios de abandonar o dólar nas transações do BRICS?

  • Redução de custos com conversão cambial.
  • Menor exposição a sanções unilaterais.
  • Fortalecimento das moedas locais.
  • Mais autonomia nas políticas econômicas e comerciais.

⚠️ Mas e os riscos?

  • Instabilidade inicial em mercados dependentes do dólar.
  • Reação dos EUA, como ameaças de tarifas.
  • Necessidade de infraestrutura para suportar o novo modelo de transações.

🇧🇷 O Brasil está pronto?

“O Brasil produz tudo, só falta tecnologia para transformar isso em produto com valor agregado.”

Embora tenha um potencial enorme, o Brasil investe pouco em industrialização e tecnologia, mantendo-se como exportador de commodities. Isso limita sua relevância global.

🎓 O que podemos aprender com a China?

A China abriu seu mercado, atraiu multinacionais, aprendeu com elas e hoje lidera setores como o de carros elétricos. O Brasil precisa investir em:

  • Educação técnica
  • Inovação e tecnologia
  • Política externa estratégica

📊 O comércio com os EUA representa quanto?

Segundo o Ministério da Economia, os Estados Unidos representaram cerca de 11% do comércio exterior brasileiro em 2024. Ou seja, embora importantes, não são insubstituíveis.

🧠 Conclusão

O debate sobre o dólar não é ideológico. Trata-se de uma estratégia econômica. Substituir o dólar em transações entre países do BRICS não significa romper com os EUA, mas diversificar, reduzir custos e aumentar a autonomia.


📚 Fontes

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O Brasil deve continuar dependente do dólar? Ou está na hora de mudar?

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