Título: A Democracia Segundo o Ocidente: O Caso Irã e a Retórica da Guerra

Hoje, diante das tensões crescentes entre Israel e Irã, a retórica dominante no Ocidente tende a pintar o Irã como a grande ameaça à democracia no Oriente Médio. É uma narrativa comum: na visão ocidental, democracia e direitos humanos são valores universais — mas sua aplicação parece seguir uma lógica profundamente seletiva, guiada mais por interesses estratégicos do que por princípios éticos. Basta uma rápida olhada no passado para entender a raiz desse paradoxo. Um exemplo emblemático é o golpe de 1953 no Irã, que derrubou o então primeiro-ministro Mohammad Mosaddegh , democraticamente eleito e defensor de uma política secular e nacionalista. Seu "erro"? Ter nacionalizado o petróleo iraniano, até então controlado por empresas britânicas, o que afetava diretamente os interesses econômicos do Reino Unido e dos Estados Unidos . Temendo a perda de influência na região e a disseminação do nacionalismo anticolonial, as potências ocidentais orquestraram uma intervenção clandest...