A Economia Brasileira Está Melhor do que se Diz — E Melhor que a dos EUA
Nos últimos anos, especialmente sob o atual governo, o Brasil tem demonstrado sinais concretos de resiliência econômica — apesar da má vontade sistemática de setores da mídia tradicional e do mercado financeiro. Enquanto isso, os Estados Unidos enfrentam um cenário cada vez mais alarmante: uma dívida pública impagável, uma classe média em declínio e um sistema político paralisado. A pergunta inevitável surge: por que o Brasil, mesmo em trajetória mais saudável, continua sendo pintado com tons de pessimismo pelos analistas da Faria Lima?
Brasil x EUA: Dois Caminhos, Dois Destinos
Ao contrário do que se costuma alardear, o Brasil tem apresentado avanços importantes. De acordo com o Instituto Locomotiva e o IBGE, houve aumento da classe média brasileira nos últimos 20 anos. Em 2003, ela representava cerca de 38% da população; em 2023, essa parcela ultrapassava os 50%. Embora haja oscilações pontuais, a tendência estrutural é positiva: mais brasileiros têm acesso ao crédito, educação superior, consumo e formalização no mercado de trabalho.
Nos Estados Unidos, o cenário é inverso. Segundo levantamento do Pew Research Center, a classe média caiu de 61% da população em 1971 para apenas 50% em 2021, e hoje já se fala em 40%, com expectativa de novas quedas. Há um processo claro de empobrecimento relativo, agravado por 40 anos de estagnação salarial e explosão do custo de vida. Dados do Economic Policy Institute indicam que os salários reais nos EUA praticamente não cresceram desde os anos 1980, enquanto a produtividade aumentou exponencialmente — ou seja, a renda ficou concentrada no topo.
O Dólar Forte, Mas por Quê?
Mesmo com essa realidade, o dólar continua se valorizando frente ao real. A aparente contradição se explica não por fundamentos econômicos, mas por mecanismos de especulação financeira e comportamento de manada do mercado global. No Brasil, a economia real melhora, mas o dólar sobe quando há ruído político ou expectativa de mudança na taxa de juros dos EUA.
Além disso, o dólar segue como moeda dominante no comércio internacional, mas com sinais crescentes de erosão. A China, Índia, Rússia e países do Golfo estão aumentando suas transações em moedas locais. O Japão, segundo maior detentor de títulos da dívida americana (cerca de US$ 1,1 trilhão), já mostra inquietação quanto ao futuro desses papéis, diante do cenário fiscal deteriorado dos EUA e da alta dos juros dos Treasuries.
A Farsa do "Apocalipse Mensal" Anunciado pela Faria Lima
Por que então o "mercado", especialmente aquele representado pela Faria Lima, insiste em prever desastres mensais para o Brasil? A explicação passa por um fanatismo ideológico que mistura liberalismo econômico, desdém por políticas sociais e aversão ao atual governo Lula.
Nomes como Armínio Fraga — ex-presidente do Banco Central e hoje representante de interesses do setor financeiro — chegaram a defender o congelamento dos salários por 6 anos, uma proposta que, na prática, ampliaria a pobreza e limitaria o consumo interno. É uma lógica que já se provou fracassada nos Estados Unidos, onde políticas neoliberais reduziram drasticamente o poder de compra da classe trabalhadora.
A crítica aqui não é à eficiência fiscal ou à importância da estabilidade monetária. A crítica é ao modelo que naturaliza a concentração de renda, criminaliza a ampliação de direitos sociais e aposta em um Estado mínimo num país onde ainda há fome.
O Colapso do Modelo Ocidental?
O que vemos hoje é um desmonte progressivo do Estado de Bem-Estar Social no Ocidente, principalmente nas democracias liberais. Nos EUA, direitos trabalhistas, previdência pública, saúde universal e educação gratuita se tornaram quase tabus. O modelo que prometia prosperidade a todos agora apenas entrega crescimento para poucos e estagnação para a maioria.
Enquanto isso, China e Rússia seguem fortalecendo suas economias com planejamento estatal, investimento em infraestrutura, controle de capitais e políticas industriais. Embora enfrentem críticas legítimas sobre direitos civis e liberdades políticas, é inegável que seus modelos econômicos desafiam a supremacia do modelo neoliberal ocidental.
Conclusão: O Brasil Precisa Acreditar em Si Mesmo
É hora de o Brasil se despir das amarras mentais impostas pela elite financeira e pelos comentaristas do apocalipse. Nossa economia tem bases sólidas, instituições resilientes e um povo capaz. O futuro não está escrito, mas é evidente que apostar na redução da pobreza, no fortalecimento da classe média e em um Estado que promova inclusão social é o caminho mais promissor.
O desafio não é apenas econômico: é narrativo. Precisamos disputar a interpretação da realidade e expor os interesses por trás do pessimismo fabricado. Porque um país que acredita em si mesmo constrói seu próprio futuro — com justiça, dignidade e soberania.
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